10 de maio de 2015

O PAPELÃO DA IMPRENSA NA MORTE DO EX-GOVERNADOR

quem me acompanhou profissionalmente, nos últimos 20 anos como colunista, tanto no jornal "a notícia" quanto no "diário", sabem os inúmeros embates que tive com o ex-governador luiz henrique.
ele, pessoalmente, mandou me demitir de um cargo no município, mesmo sendo governador, mais precisamente na fundação franklin cascaes, e o prefeito na época, dário berger, nem pestanejou em fazê-lo, porque eu criticava publicamente a falta de uma política clara para o setor.
ele criou um monstro chamado secretaria de turismo, cultura e esporte, usando um fundo que era para ser democrático e servir a todos, mas apenas plantou uma ideia extemporânea e desorbitada de cultura, cuja elite trouxa deste estado, e agora a imprensa, compra como se fosse a panaceia, como se isso tivesse sido (e infelizmente ainda é pensada como) um legado importante. e não é, porque não criou uma política pública democrática e de estado, apenas de interesse de governo.
caros colegas da imprensa, leiam os jornais nos quais vocês escrevem. pensem bem o quanto artistas e intelectuais se manifestaram contra esta penúria, contra a falta absoluta de uma política pública democrática para a cultura. pensem no quanto este esquema apelidado de sol usa recursos para a cultura se aproveitando apenas para financiar eventos, sem que o conselho aprove, deixando à míngua os setores que fazem arte e pensam cultura. o ex-governador armou um circo de autobenefício partidário, e incluo aí as secretarias regionais, que em nada contribuiu para o incentivo à cultura do estado.
se querem falar que o cara era a raposa, o articulador, o líder e o tal, um exímio político, pois que falem, mas não inventem que ele era da cultura, porque isso é piada de mau gosto com o próprio e com os artistas deste estado.
o modo de fazer política do ex-governador era um retrocesso, era bizarro, colonial, pré-moderno, porque era um modo não de satisfazer os anseios públicos, mas apenas de perpetuação no poder. e a nossa imprensa fica fazendo esse jornalismo laudatório que não contribui em nada, nem com a informação e muito menos com o conhecimento.
e o pior: jogam a história na lata do lixo.
apesar de tudo, descanse em paz governador, meus sinceros pêsames a seus familiares, amigos e admiradores, mas desejo do fundo do coração que seu modo de fazer política seja apagado pra sempre deste estado.

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