29 de janeiro de 2011

Carta aberta a Raimundo Colombo

Prezado governador. Meus pontos de vista sobre políticas públicas para a área da cultura são publicamente conhecidos há bastante tempo pelos leitores e pelos colegas de ofício que me acompanham. Tanto que jornalistas, artistas, amigos e militantes da área perguntam qual nome seria o ideal para ocupar a gerência da Fundação Catarinense de Cultura. Minha resposta é a de que não importam nomes, mas sim uma política para a área. E ela só será feita se o governo e produtores culturais pensarem conjuntamente. A indústria cultural (e não cabe aqui juízo de valores sobre ela por enquanto) é hoje a terceira economia do mundo. Não é à toa que os produtores de cinema norte-americanos investem até US$ 200 milhões num único filme/produto, soma cem vezes mais do que o Estado de Santa Catarina investe por ano, através do edital da Cinemateca, para toda a classe cinematográfica.


É sabido e notório – e quem produz independentemente sabe e fala disso – o desastre que foi o seu antecessor na área da cultura, por ter juntado três pastas distintas (esporte, turismo e cultura) numa única; por ter acabado com os editais que funcionavam (ainda que modestamente), criando um apenas no último de seus oito anos de mandato; e por ter feito uma política de governo, enquanto todo o mundo sabe que o ideal é uma política de Estado. Mas para criá-la é preciso, antes de mais nada, conversar com quem produz, porque não cabe ao governo, nem ao Estado fazer cultura, mas sim à comunidade.



Essa carta é, portanto, um pedido simples, que faço não em meu nome, mas no dos produtores culturais do Estado, ou de pelo menos daqueles que há muitos anos se reúnem para debater tais questões, quais sejam: 1) criar uma secretaria de cultura; 2) rever urgentemente o Funcultural e acabar com todos os seus vícios; 3) ouvir a categoria para criar, ainda este ano, um edital democrático, claro e inteligente para a área. Estas três medidas seriam o começo do maior investimento para a cultura que um governador já teria feito em toda a história de Santa Catarina. Por que não ousar fazê-lo?


Diário Catarinense, 29 de janeiro de 2011

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