TRÊS HISTÓRIAS PARA PENSAR NO QUE FALAR
1) Nelson Piquet, tricampeão de Fórmula 1, e o melhor piloto que o País já teve, porque além de “braço” era irreverente e dizia o que pensava, levou multas no trânsito de Brasília mais do que o suficiente a ponto de ter que voltar para a auto-escola. E voltou, se deixando, inclusive, fotografar. Sobre a nota, dá para pensar algumas questões, tais como: a) O piloto é um péssimo motorista?, b) As leis de trânsito não são feitas para bons motoristas?, c) Nelson é um cidadão exemplar porque, ciente da legislação, não usou toda a influência que tem para “comprar” outra carteira?, d) Piquet só é bom motorista quando não há sinalização de trânsito?, e) Ele só sabe dirigir rápido?, f) É bobagem falar sobre isso?
2) O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, veio a público dizer que jogadores da seleção de futebol do País chegaram bêbados ao hotel durante a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Sobre a nota, dá para pensar algumas questões, tais como: a) Um dos patrocinadores da copa não era uma cervejaria?, b) Não seria ridículo imaginar que os rapazes perderam a Copa por causa disso?, c) Beber é proibido na Alemanha?, porque no Brasil não é, até onde sei, d) O que a vida pessoal dos jogadores tem a ver com seu desempenho público, e o que nós temos a ver com isso? e) Será que os franceses também não tomavam um vinho entre uma partida e outra?, f) Vinho é melhor pra jogar futebol do que cerveja?, g) É bobagem falar sobre isso?
3) Todos os anos, o Estado de Santa Catarina se obriga, por força de lei, a lançar edital público para produção de filmes. O edital, por ter critérios definidos e debatido entre a sociedade (por isso tornou-se lei) é a maneira mais republicana e democrática de o Estado investir em cultura, porque lei é igual para todos, porque o governo não privilegia este ou aquele, enfim, só um tolo não percebe que investimento público em cultura deve ser feito por critérios bem estabelecidos e editais públicos a todos os cidadãos. Mas para o governo de Santa Catarina não funciona assim. O princípio básico de república, que é o da impessoalidade, não serve de nada para o governador e seu secretário de turismo, esporte e cultura. Enquanto quase uma centena de profissionais entram na regra do jogo do edital recém lançado, por pouco mais de um milhão de reais, um cidadão chamado Roberto Carminatti, só porque é sobrinho de um secretário de articulação, chamado Ivo Carminatti, levou esta mesma quantia para produzir seu filme sem participar do mesmo jogo e dos mesmos critérios a que outros cidadãos devem se submeter.
Sobre a nota, dá para pensar algumas questões, tais como: a) Os Carminatti são mais cidadãos que os outros cineastas do Estado?, b) Não ensinaram ao governo o que é República?, c) A lei, em Santa Catarina, não é igual para todos?, d) Onde está a Cinemateca Catarinense que não denuncia este despropósito? e) Por que o Ministério Público Estadual ainda não se pronunciou sobre o escândalo Vera Fischer, aquele outro do Carnaval de Anita Garibaldi e sobre a barbaridade que estão fazendo com o Funcultural?, f) É bobagem falar sobre isso?
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4 comentários:
Essa coisa aí do Beto Carminatti é real, Fábio? Nem uma barata com caspa na sobrancelha é mais nojento que este episódio grotesco.
Esses idiotas vão apodrecer no fundo do mais fedorento inferno.
Canalhas!
Fernando Karl
um dia isso acaba.
Desculpe cara, pelo que sei,o cara tem talento e muito....n o conheço, n sou seu advogado! mas inveja é uma coisa muito feia....a inveja aqui impera por isso, este país tah uma merda!n me diminui em nada reconhecer e prestigiar o talento dos outros ! isto só pode ser fofoca!
caro anônimo, não toquei na questão da competência ou não do "cara", mas sim nos critérios de distribuição de verbas públicas e no apadrinhamento de parente, notadamente antirepublicano.
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